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Capítulo II

O Contexto Externo e Interno

da Atitus

2.1 Inserção Regional

Neste capítulo serão apresentadas as principais características econômicas e demográficas das cidades de atuação da IES. Atualmente, possui uma mantenedora, três mantidas em funcionamento nas cidades de Passo Fundo e Porto Alegre.

2.1.1 Características da Região de Passo Fundo

O município de Passo Fundo faz parte da COREDE Produção, e conforme dados publicados pela Fundação de Economia e Estatística – FEE, no ano de 2019 a COREDE da Produção possuía uma população total de 371.281 habitantes, que ocupa uma área de 6.002,8 km², com uma densidade demográfica de 61,9 hab/km². Desse total, o município de Passo Fundo possui, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma população estimada de 204.722 no ano de 2020 (55% em relação ao total da população da região), ocupando uma área de 784,407 km² (13% em relação a área total) e com uma densidade demográfica de 235,92 hab/km².
Para fins de análise, a instituição considera como região de abrangência do município de Passo Fundo 40 municípios localizados em um raio em torno de 100 km (Passo Fundo, Carazinho, Marau, Soledade, Lagoa Vermelha, Sarandi, Tapejara, Não-Me-Toque, Sananduva, Espumoso, Serafina Corrêa, Ronda Alta, Constantina, Nova Bassano, Casca, Sertão, Rondinha, Ciríaco, Ibiaçá, David Canabarro, Vila Maria, Ibirapuitã, Pontão, Água Santa, Nova Alvorada, Ernestina, Victor Graeff, Caseiros, Coxilha, Mormaço, Tio Hugo, Camargo, Mato Castelhano, Vila Lângaro, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, Muliterno, Gentil, Santa Cecília do Sul e Engenho Velho). Esses dados expressam a importância que o município de Passo Fundo possui para a região.

Região de Abrangência do Município de Passo Fundo

Segundo o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Local do Município de Passo Fundo (PEDEL), elaborado pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo (2015), o município caracteriza-se como uma Capital Regional, nível hierárquico da rede urbana brasileira somente inferior ao de metrópole, a exemplo de Porto Alegre. Dessa forma, a cidade de Passo Fundo tem uma expressiva capacidade de polarizar uma grande quantidade de municípios na produção e oferta de bens e serviços, de concentrar atividades de gestão pública e empresarial e de articular, na escala regional, órgãos e empresas privadas. A cidade ainda possui o aeroporto Lauro Kortz, o qual, após a ampliação, terá capacidade de atendimento de até 1 milhão de passageiros por ano, interligando a região noroeste do estado a outras regiões do Brasil.

Dados do IBGE e da Fundação de Economia Estatística de 2018 demonstram que Passo Fundo ocupava a 8ª posição no ranking do PIB no Rio Grande do Sul, e sua participação percentual no PIB do Estado era de 2%. O PIB per capita em 2018 era de R$45.327,11. Segundo dados apresentados pela Agenda 2020, a atividade econômica do município está concentrada no setor terciário, com grande participação do comércio (44%) e dos serviços (41%) na economia local. O setor primário (agropecuária) contribui com apenas 2% na atividade econômica do município, sendo que a indústria de transformação (8%) e a construção civil (5%), integrantes do setor secundário, juntas representam 13% da economia do município.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) estabelece dois grandes níveis de educação escolar: a educação básica e a educação superior. A primeira é compreendida em três etapas: educação infantil (para crianças com até cinco anos), ensino fundamental (para alunos de seis a quatorze anos) e ensino médio (para alunos de quinze a dezessete anos), enquanto a segunda é compreendida como graduação e pós-graduação.

A educação superior recebe alunos que concluíram o Ensino Médio, geralmente maiores de 17 anos. No Brasil, é ofertada uma grande variedade de cursos em diversas áreas do conhecimento, com durações variadas. O ensino superior pode ser oferecido em duas modalidades, presencial e educação a distância (EaD). Segundo dados do IBGE (2020) o município de Passo Fundo possui 82 escolas de ensino pré-escolar com 4.940 matrículas, 79 escolas de ensino fundamental com 19.086 matriculados e 25 escolas de ensino médio com 5.984 matriculados.

Em relação ao ensino superior, segundo dados divulgados pelo INEP (2019), na região de abrangência de Passo Fundo o número anual de matrículas em Instituições de Ensino Superior é de 29.462, destas 18.566 em Universidades e Instituto Federal e 10.896 em Centros Universitários e Faculdades. No total, nesta região há 45 Instituições de Ensino Superior, 15 com ensino presencial, 30 com ensino à distância, 16 são Universidades, 29 são Centros Universitários ou Faculdades.

No município de Passo Fundo, especificamente, o número de matrículas em 2020 foi de 18.725, das quais 14.491 na modalidade de ensino presencial e 4.234 na modalidade à distância, nas instituições privadas. Do total de 18.725 matrículas do município de Passo Fundo a ATITUS possui 3.311 matrículas, ou seja, 17,68%% do share de matrículas da cidade.

2.1.2 Características da região de Porto Alegre

O município de Porto Alegre é a capital do estado do Rio Grande do Sul (RS) e centro da região metropolitana, que compreende um total de 34 municípios com uma população de aproximadamente 4,4 milhões de habitantes, ocupando um território de mais de 10 mil km², com uma densidade de 421,8 habitantes por km² (IBGE, 2021). Desse total, segundo o IBGE (2021), Porto Alegre possui uma população de 1.492.530 (34% dos habitantes), ocupando uma área de 496,682 km² (5% do total), com densidade demográfica de 3.009,13 hab/km² (7 vezes maior).

Para fins de análise, a instituição considera como região de abrangência do município de Porto Alegre 11 municípios (Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Viamão, Alvorada, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha, Guaíba, Esteio, Eldorado do Sul e Nova Santa Rita).

A população estimada para o município de Porto Alegre em 2020 era de 1.488.252 habitantes e seu PIB per capita em 2018 é de R$52.149,66. A participação do VAB de Porto Alegre, em comparação ao VAB do Rio Grande do Sul, cresceu entre os anos de 2010 (17,3%) e 2012 (18,6%), porém sofreu um leve decréscimo no ano de 2013 (17,0%). Dentre as atividades que compõem o VAB da economia do Município de Porto Alegre, destacam-se as seguintes: serviços (85,91%); indústria (14,05%); agropecuária (0,04%), no ano de 2013 (FEE, 2014). A participação do Produto Interno Bruto (PIB) de Porto Alegre no Rio Grande do Sul cresceu de 2010 (17,7%) até 2012 (18,8%) e sofreu um leve decréscimo em 2013 (17,3%). Em 2013, o PIB per capita de Porto Alegre foi de R$39.091,64, 31,8% acima dos R$29.657,28 do Estado. No entanto, no período de 2010 a 2013, o PIB de Porto Alegre cresceu 34,4%, ficando abaixo do crescimento estadual de 37,2% no mesmo período (FEE, 2014). O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve alta de 1,8% em 2017 e atingiu R$423,15 bilhões. Em 2018 o PIB per capita foi de R$52.149,66 e a economia do Estado cresceu além do país.

Segundo dados do IBGE (2020) a região de abrangência de Porto Alegre possui 668 escolas de ensino pré-escolar com 26.634 alunos matriculados. No ensino fundamental são 118.847 matriculados e o total de escolas é de 369, enquanto que o número de escolas para o ensino médio é de 141 com 40.230 matriculados, nesta região de abrangência.

O total de instituições de ensino superior na região de abrangência de Porto Alegre é 101 instituições, sendo que 51 ofertam ensino presencial e 67 ofertam ensino à distância, considerando as instituições públicas e privadas. Destas, 34 são universidades, 28 são centros universitários, 1 instituto federal e 38 são faculdades.

Na modalidade presencial na região de abrangência em Porto Alegre o número total de matrículas em instituições privadas em 2019 foi de 74.363, destes 17.009 estão vinculados a uma faculdade. Já nos centros universitários são 22.880 alunos no total e em Universidades a soma é de 34.474 matriculados. Na modalidade EaD em instituições privadas, o número total de matrículas em 2019 foi de 63.820, dessas 43.768 são em centros universitários, 18.006 em universidades e 2.046 em faculdades.

Na Região de Abrangência de Porto Alegre ingressam anualmente nas Instituições de Ensino Superior Privadas 20.609 alunos na modalidade presencial, e especificamente no município de Porto Alegre ingressam 15.414 alunos. Do total de 20.609 matrículas do município de Porto Alegre a ATITUS possui 723 matrículas, ou seja, 3,51% do share de matrículas da cidade.

2.2 Análise de Cenários

Antes de analisar cenários é de suma importância compreender o ambiente no qual a organização está inserida. Para Rezende (2008, p. 67), este ambiente é:
[…] tudo que circunda ou envolve a organização e suas pessoas por todos os lados, ou seja, o meio ambiente interno e externo
O ambiente interno envolve as características internas da organização, tais como pessoas, estrutura, recursos materiais, recursos financeiros, etc.
O ambiente externo abrange os aspectos mais variados possíveis, como o concorrencial, social, econômico, político, cultural, ecológico, etc.
No entendimento de Maximiano (2006, p. 337)
A análise de ameaças e oportunidades do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessidade de analisá-lo
Os cenários são ferramentas utilizadas para a análise do ambiente externo, projetando possíveis situações futuras, auxiliando na elaboração da estratégia para a organização, e quanto melhor a elaboração e análise do cenário, maior a probabilidade de acerto das decisões estratégicas, e mais ágil e fácil será a mudança de estratégia, de acordo com as modificações no ambiente.

A administração estratégica busca, portanto, dar maior racionalidade ao processo de escolhas relacionado aos alinhamentos entre a empresa e seus ambientes. Cabe a gestão estratégica a determinação do propósito e os objetivos da organização de acordo com o contexto de seus ambientes internos e externos (WRIGHT, 2000).

Diante do contexto organizacional, a análise de cenários auxilia o planejamento estratégico mediante o estudo de possíveis ocorrências no contexto estratégico, e o cenário é uma visão de futuro internamente consistente, baseado em suposições plausíveis sobre os importantes temas que podem influenciar um setor (PORTER, 1996).

2.2.1 Análise de Cenário Externo

A fim de construir uma lógica argumentativa, demonstrando os cenários externos que apontam para o futuro, são analisadas as megatendências mundiais e o futuro do mercado de trabalho com o propósito de preparar a instituição para oferecer as melhores soluções educacionais.

2.2.1.1 Megatendências Mundiais 2030

A análise do cenário mundial elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, construída através do documento “Megatendências Mundiais 2030: o que entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo”, teve como objetivo apresentar o levantamento de sementes que devem moldar o contexto mundial até 2030, em cinco dimensões:

  1. População e sociedade
  2. Geopolítica
  3. Ciência e tecnologia (C&T)
  4. Economia 
  5. Meio ambiente.
1.
Em primeiro lugar, no tema população e sociedade, a ideia principal é sobre o novo perfil populacional. O mundo está passando por uma transição demográfica em diversos aspectos. Até 2030, a população mundial estará envelhecida e jovem ao mesmo tempo, urbanizada, mais escolarizada, com melhor renda e mais empoderada.

Os países enfrentarão desafios com relação à mão de obra pelas razões inversas – uns pela falta, outros pela abundância –, a garantia de serviços públicos de qualidade, à solvência do sistema de seguridade social, à mobilidade urbana em cidades superlotadas, aos fluxos migratórios, à maior desigualdade social, entre outras questões.

Por outro lado, a sociedade, mais informada, poderá pressionar seus governos para negociar diretamente suas demandas, provocando ondas de protestos que poderão se alastrar pelos países e pelo mundo
2.
No segundo tema, geopolítica, o principal aspecto é a redistribuição do poder global, menos concentrado no Ocidente e mais direcionado ao Oriente, entremeado pela ascensão de potências emergentes. O desgaste progressivo da hegemonia dos Estados Unidos e da Europa e o crescimento da influência do BRICS – grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e dos estados médios ampliam o debate em torno da governança global, atualmente em déficit, e outras questões relevantes, como a segurança internacional.

A ampliação da multipolaridade pode trazer uma nova reconfiguração do poder militar. Difícil prever se essa guinada cada vez mais acelerada rumo à multipolarização, mas com prevalência de assimetrias, será conflituosa ou pacífica.
3.
Na dimensão ciência e tecnologia é a economia da inovação que ditará a lógica dos desdobramentos futuros. As inovações, além de facilitarem a vida das pessoas, tornaram-se condição indispensável da produtividade e do desenvolvimento socioeconômico e sustentável no século XXI.

O progresso científico e tecnológico é cada vez mais multidisciplinar e suas aplicações, mais integradas. As TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), por exemplo, estão modificando a natureza das relações humanas, desde o trabalho até o lazer. Quando a automação, a robótica, a nanotecnologia e a biotecnologia estiverem plenamente desenvolvidas, novas transformações virão.
4.
Os modelos econômicos concorrentes estarão no centro do debate em torno do tema economia até 2030. Há uma reconfiguração em andamento na economia global, com países emergentes sustentando um maior crescimento do que países desenvolvidos. Essa reconfiguração irá acirrar a discussão em torno de modelos econômicos e trará para o centro da agenda global questões como presença do estado na economia, inclusão social, classe média, novas regulamentações ao comércio e sistema financeiro internacional, investimentos em capital humano e inovações como fatores-chave do crescimento econômico, responsabilidade fiscal e até mesmo água, energia e alimentos, entre outros.
5.
Finalmente, no último tema, meio ambiente, a ideia de força é o aumento do consumo em um cenário de escassez de recursos naturais e de degradação ambiental até 2030, adicionado de potenciais eventos climáticos extremos.

Ainda é difícil avaliar se a Rio+20 e o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) implementarão um novo paradigma ambiental que finalmente compatibilize qualquer modelo de crescimento econômico com sustentabilidade. Fato é que o modelo e o paradigma atual são agressivos ao meio ambiente e, além de levarem à escassez de recursos naturais, poderão contribuir para a ocorrência de eventos extremos, ocasionando impactos negativos ao ambiente social e econômico.
Como o Brasil está cada vez mais inserido no mundo globalizado, o conhecimento de cenários globais é o primeiro passo para a construção de estratégias e de políticas públicas sinérgicas e eficazes. O conhecimento das visões a respeito do futuro, desenvolvido por diversas entidades e personalidades ao redor do mundo, também é a chave nesse processo, pois contribui para a redução de pontos cegos e para a análise de impactos na sociedade brasileira.

As visões servem, igualmente, para traçar cenários prováveis e desejados, facilitando a escolha de opções estratégicas de adaptação e até mesmo de modificação de tendências atuais, considerando os interesses e as aspirações da sociedade brasileira.

2.2.1.2 O Futuro do Trabalho

Conforme apresentado por Sundararajan (2017), em seu artigo publicado para a Finance & Development,
“A economia digital irá corroer drasticamente a tradicional relação empregador-empregado
Para os jovens de hoje, o futuro do trabalho pode ser mais incerto do que nunca.

Novas plataformas digitais permitem que as atividades que antes eram desempenhadas integralmente dentro das organizações, possam ser contratadas sob demanda por empresas específicas ou por trabalhadores individuais. Dessa forma, a economia torna-se cada vez mais baseada em relacionamentos freelances de curto prazo, ao invés dos empregos tradicionais em turno integral.

É importante levar em consideração também, que a pandemia da Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, vem produzindo repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos sem precedentes na história recente.

Um dos impactos profundos da pandemia da Covid-19 foi no mercado de trabalho, afetando principalmente os trabalhadores com menor proteção social e baixa escolaridade. No Brasil, os efeitos foram particularmente significativos, não somente em função da queda sem precedentes da população ocupada e da população economicamente ativa, mas também pelo fato de que, diferentemente de recessões anteriores, desta vez os trabalhadores informais foram mais atingidos que os formais.

Em particular, embora a redução do emprego formal, em 2020, tenha sido expressiva (-4,2%), a queda no emprego informal foi três vezes maior (-12,6%), conforme o artigo “O impacto da pandemia no mercado de trabalho”, na coluna do Observatório da Produtividade, do Instituto Brasileiro de Economia.

Ao mesmo tempo, as tecnologias de inteligência artificial e robótica estão ficando cada vez melhores nas tarefas físicas e cognitivas que compreendem grande parte do trabalho atual, pressagiando a automação de atividades humanas complexas como dirigir um veículo ou gerenciar um projeto e interromper uma série de ocupações que incluem lei, consultoria, varejo e transporte. A confluência desses dois fatores leva a um mercado de trabalho em que os empregos em tempo integral podem ser divididos em tarefas e projetos.

O surgimento de numerosas plataformas digitais, que muitas vezes comercializam ativos pessoais, colocando-as em um uso mais produtivo e que facilitam a obtenção de rendimentos sem emprego, provavelmente acelerará essa tendência. Estudos demonstram que, embora o avanço da tecnologia tenha gerado redução significativa no número de trabalhadores de determinados setores tradicionais da economia, o progresso nas próprias tecnologias subjacentes gerou novas indústrias.

O ponto mais amplo é que, mesmo quando as indústrias antigas encolhem ou desaparecem, novas que satisfazem os diferentes desejos e necessidades humanas surgem e expandem-se, como exemplo o setor de cuidados de saúde, praticamente inexistente há 200 anos. Portanto, a miríade de projeções sobre a grande parcela dos empregos atuais que podem ser passíveis de automação nas próximas décadas, devido ao aumento das capacidades cognitivas das máquinas, não é motivo de pânico generalizado e imediato.

Uma solução é redefinir o modelo básico de como as pessoas ganham a vida: longe do pagamento por trabalho exclusivo e integral, por uma grande organização que possui o capital associado à atividade econômica e a um sistema de pequenos negócios que misturam mão de obra, talento e capital, que poderia ser um microcosmo do futuro do trabalho – relativamente imune aos efeitos de deslocamento da automação.

Tal futuro do capitalismo exigirá repensar fundamentalmente a educação pós-secundária. Países em todo o mundo investiram pesadamente em universidades e faculdades que preparam suas forças de trabalho cedo na vida para uma carreira de emprego em tempo integral, porém, grande parte desse foco deve mudar drasticamente para aumentar a disponibilidade e a qualidade da educação continuada.

A tendência é de que os países desenvolvidos irão mais longe na modernização dos seus sistemas de ensino, adequando-os às necessidades impostas pela sociedade da informação e utilizando, entre outros, o conceito de “educação ao longo da vida”. É tendência também que os permanentes avanços das TIC continuarão contribuindo com o acesso facilitado à informação, com a melhoria do processo educacional e com a manutenção da educação continuada de qualidade, principalmente por meio da utilização e do aprimoramento da educação a distância.

Os governos devem liderar a criação do novo sistema de educação, reavaliando também os currículos do ensino fundamental e médio para se adequarem a essa próxima geração. À medida que as capacidades cognitivas das máquinas digitais se expandem, os alunos podem precisar de menos educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática e podem beneficiar-se de uma maior ênfase no design thinking, empreendedorismo e criatividade para prepará-los para uma carreira micro empresarial.

Ao mesmo tempo, o contrato social deve ser remodelado para acomodar um tipo diferente de força de trabalho. Durante a segunda metade do século 20, várias leis trabalhistas foram desenvolvidas para melhorar a qualidade de vida no trabalho para funcionários em tempo integral – incluindo salários mínimos, horas extras e seguro, bem como uma série de outros incentivos – salários estáveis, férias pagas, treinamento no local de trabalho e assistência médica.

A concepção e o financiamento da rede de segurança social de amanhã devem ser adaptados para uma força de trabalho cada vez mais independente, ao mesmo tempo em que são necessários substitutos para as carreiras e o senso de comunidade que muitos trabalhadores recebem da empresa onde trabalham. Talvez o papel das escolas pós-secundárias evolua para incluir esse tipo de planejamento de carreira ao longo da vida.

Os países – cuja política governamental direciona uma economia para um futuro de capitalismo genuíno baseado na multidão e cria uma apropriação de capital autenticamente descentralizada – também podem desfrutar de menos desigualdade como um feliz subproduto. À medida que as máquinas digitais nos obrigam a reformular nosso mundo de trabalho, talvez elas também nos mostram um caminho em direção à sociedade mais igualitária que procuramos há anos.

2.2.2. Cenário Econômico Nacional

Em 2020, a análise trimestral da conjuntura econômica brasileira, divulgada no mês de outubro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontou recuperação da atividade econômica. Os pesquisadores revisaram a previsão de queda de 6% para 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do ano, em razão do bom desempenho, melhor do que o esperado para o terceiro trimestre.

O esperado para agosto de 2020 foi um crescimento da produção industrial (+6,1% em relação a julho), serviços (+7,6%), vendas no varejo ampliado (+7,5%) e vendas no varejo restrito (+5,6%). Para 2021, foi mantida a projeção de crescimento de 3,6% do PIB, no entanto, a intensidade da recuperação depende da evolução da pandemia de Covid-19.

O penúltimo trimestre do ano também registrou aceleração da inflação, devido à alta nos preços dos alimentos. No acumulado de 12 meses encerrados em agosto, os produtos alimentícios responderam por 70% de toda a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Isso fez com que a previsão de inflação geral para 2020 fosse revisada de 1,8% para 2,3%. As projeções, porém, foram revisadas para baixo em serviços educacionais (5% para 1,2%), demais serviços livres (2% para 0,7%) e preços monitorados (1,2% para 1%). Para 2021, a taxa de inflação estimada pelo Ipea é de 3,3%.

A análise trimestral de conjuntura mostra, ainda, que o conjunto de medidas emergenciais lançado pelo Governo Federal para combater os efeitos da pandemia acarretará forte aumento do déficit e da dívida pública. Os gastos da União em ações relacionadas à Covid-19 no ano de 2020 estão estimados em cerca de R$590 bilhões. “É importante que o país saia da pandemia reforçando o compromisso com o equilíbrio fiscal, que é pré-requisito fundamental para a retomada sustentável da nossa economia”, avalia o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do instituto, José Ronaldo Souza Júnior.
Agronegócio

Perspectivas do setor agro para 2021: segundo estimativas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a economia brasileira deverá crescer entre 3,5% e 4% neste ano. Caso o ritmo de vacinação no país seja acelerado, será possível inclusive superar a média de crescimento mundial, que é de 4,2%.

Em 2020, o agronegócio foi responsável por ajudar a reduzir a queda do PIB brasileiro, registrando crescimento de 9% e contribuindo com mais de 25% no PIB Brasil, alcançando recorde em exportações e superávit comercial de US$81,9 bilhões, mesmo com o cenário mundial de pandemia.

O que levou a esse resultado foi a somatória de fatores, entre eles: abastecimento do mercado nacional; exportações; infraestrutura, escoamento de produção, armazenamento; tecnologia implementada; Serviços ao agronegócio – consultorias contábeis, jurídicas, financeiras etc.
Nos produtos do agronegócio que tiveram destaque de desempenho, tem-se:

  • Café arábica (+58%) – aumento da produção;
  • Arroz (+49%) – incremento do preço;
  • Trigo (+47%) – crescimento da safra maior que os preços;
  • Soja (+32%) – preços maiores em relação a 2019;
  • Milho (+31%) – preços maiores em relação a 2019
Indústria
A produção industrial brasileira teve no começo de 2021 um resultado positivo, com crescimento de 0,4% de dezembro para janeiro, segundo IBGE. Na média móvel trimestral, cresceu 0,8%, e em comparação com janeiro de 2020, cresceu 2%.

Em abril de 2021, o superávit da balança comercial de bens e serviços da indústria no acumulado em 12 meses atingiu US$15,8 bilhões. O resultado acumulado em 12 meses do saldo comercial de bens e serviços da indústria (exportações menos importações) vem melhorando continuamente desde o início da crise causada pela pandemia de Covid-19.
Construção Civil e Infraestrutura
A indústria da construção iniciou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano, o que corresponderia à sua maior alta desde 2013. No entanto, com o cenário imposto pela falta de insumos, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB – soma de toda a riqueza produzida) do setor caiu para 2,5% em 2021. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) de materiais e equipamentos, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou alta de 27,26% nos preços, no acumulado de 12 meses, encerrado em março de 2021. Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), é a maior alta para o período desde que o índice começou a ser calculado, em 1998.

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de fevereiro de 2021, mostrou que mais de 70% das indústrias têm dificuldades em conseguir matéria-prima, o que impacta o nível de atividade.
Comércio varejista
A projeção para 2021 é de crescimento, principalmente no que diz respeito a vendas pela internet, através de e-commerce. Segundo dados do IBGE, na comparação com abril de 2020, houve alta de 23,8% nas vendas, contra expectativa de 19,8%, em dado inflado pela base baixa de comparação do ano anterior, devido ao isolamento social visto em abril do ano passado.

Projeções Econômicas de Longo Prazo - Bradesco

Atividade

Inflação e Juros

Acumulado 12 meses (%)

Acumulado 12 meses (%)

Acumulado 12 meses (%)

Acumulado ao ano

Externo e Câmbio

Média Ano

Final de Período

Em US$ Bilhões

Em US$ Bilhões

Em US$ Bilhões

(% do PIB)

US$ bilhões

Em US$ bilhões

Em US$ bilhões

(% do PIB) - Fim do período

(% PIB)

Fim do Período

Média ano

Fim do Período

Média ano

Crédito

(Cresc. em % aa.)

Pessoa Física (em %)

Pessoa Jurídica (em %)

(Cresc. em % aa.)

2.2.3 Cenário Econômico do Rio Grande do Sul

A variação da população do RS cresceu praticamente a metade da população nacional, enquanto a taxa média de expansão da população gaúcha foi de 0,7%, a brasileira atingiu 1,2%, no período analisado.

Conforme dados do IBGE (2020) os cinco municípios mais populosos do Estado são, na ordem:

  1. Porto Alegre (1.488.252)
  2. Caxias do Sul (517.451)
  3. Canoas (348.208)
  4. Pelotas (343.132) 
  5. Santa Maria (283.677).


A população total do RS deve continuar crescendo por um período curto (a taxas cada vez menores) e, então, passar a diminuir. O ápice ocorreria por volta de 2025, quando o Estado atingiria uma população de 11,07 milhões e, em 2050, se reduziria a 9,7 milhões. Além disso, o RS deverá passar por uma transformação demográfica nas próximas décadas: estima-se que o número de idosos (65 anos ou mais) que, no Censo 2010, era de 995 mil habitantes, deva atingir 2,24 milhões em 2050.

Em contrapartida, o número de jovens (até 14 anos) deve passar de 2,23 milhões para 1,25 milhão nesse mesmo período. Por fim, a população potencialmente ativa (de 15 a 64 anos) deverá continuar aumentando até o final da presente década (com um ápice de 7,70 milhões) e, após, iniciará uma redução, totalizando 6,2 milhões de pessoas em 2050.

2.2.4 Cenário da Educação Superior no Brasil

A Análise de dados da Educação Superior no Brasil, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), mostra que no ano de 2019 no Brasil o número de alunos matriculados em instituições de ensino (públicas e privadas, nas modalidades presencial e EAD) foi de 8.604.526, representando um aumento de 43% em comparação aos alunos matriculados em 2009 (5.985.873 alunos). A média de crescimento anual é de 3,6%. Em relação a 2018, a variação positiva é de 1,8%.

As IES privados têm uma participação de 75,8% (6.523.678) no total de matrículas de graduação. A rede pública, portanto, participa com 24,2% (2.080.146). Em relação a 2018, o número de matrículas na rede pública é 0,1% maior, enquanto a rede privada no mesmo período registrou um crescimento de 2,4%. Quando se comparam os anos de 2009 e 2019, observa-se um aumento no número de matrículas de 47,3% na rede privada e de 36,5% na rede pública.

Dentre as IES públicas, a rede federal foi a categoria que apresentou maior crescimento no número de matrículas entre 2009 e 2019 (59,1%). No mesmo período, a rede estadual registrou crescimento de 16,0%, enquanto a rede municipal registrou queda no número de matrículas de -25,3%. Quase 2/3 das matrículas em cursos de graduação da rede pública estão em instituições federais.

O número de matrículas em cursos de graduação presencial diminuiu 3,8% entre 2018 e 2019. Na modalidade a distância, o aumento é de 19,1% no mesmo período, mais que o crescimento registrado no período 2017/2018 (17%). Entre 2009 e 2019, as matrículas de cursos de graduação a distância aumentaram 192,4%, enquanto na modalidade presencial o crescimento foi apenas de 20,3% nesse mesmo período.

Aproximadamente 60% das matrículas de cursos tecnológicos já são a distância. Esse percentual era 28,5% em 2009. O aumento da participação do número de matrículas a distância no grau tecnológico se deve, principalmente, ao crescimento das matrículas dessa modalidade nos últimos anos, que entre 2009 e 2019 cresceu 266,5% em relação à variação positiva de 5,4% no número de matrículas de cursos presenciais no mesmo período. As matrículas em cursos de graduação presenciais de grau tecnológico mantêm a tendência de queda registrada desde 2013.

Entre 2018 e 2019, o número de concluintes na rede pública apresentou uma queda de -3,1%; na rede privada a variação negativa é de -0,6%. No período de 2009 a 2019, a variação percentual do número de concluintes em cursos de graduação é maior na rede privada, com 32,7%; enquanto na pública esse crescimento é de 21,5% no mesmo período. Adicionalmente, 20,1% dos estudantes que concluíram os cursos de graduação em 2019 são da rede pública, contra 79,9% da rede privada.

2.2.5 Cenário da Educação Superior no Rio Grande do Sul

O estado do RS tem uma população estimada em 11,4 milhões de habitantes e é formado por sete mesorregiões (totalizando 497 municípios).
O Estado possui uma rede bastante interiorizada com grande número de instituições em vários municípios. Conforme Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior, o RS conta atualmente com 21 Universidades, 08 Centros Universitários, 115 Faculdades e 03 Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia.
Segundo dados do INEP, no ano de 2019, o total de alunos matriculados no Estado do Rio Grande do Sul foi de 518.224. Destes, 64% (331.376) estavam vinculados à modalidade de ensino presencial e 36% (186.848) frequentavam aulas na modalidade de Ensino a Distância (EAD).

2.2.6. Análise de Cenário Interno

Alçar voos mais altos é prioridade para quem exerce papel relevante em sua área de atuação, e chegar ainda mais longe está na essência da ATITUS. Com o slogan “Inspira quem Transforma”, a ATITUS segue com o entusiasmo de transformar pessoas e ideias, expandir o portfólio de cursos e serviços e formar profissionais aderentes às necessidades do mercado.

A ATITUS almeja ser a maior instituição de ensino superior privada no Rio Grande do Sul até 2027 e para alcançar este objetivo definiu um conjunto de ações internas, todas embasadas na meta de transformar a ATITUS em uma plataforma educacional inovadora, empreendedora, conectada ao mundo empresarial, com cultura ágil e focada na experiência do cliente.

As ações foram organizadas através do Programa de Transformação ATITUS e a partir deste foram construídos cinco grandes projetos estratégicos. São eles:

Projeto 1
Transformação em Universidade – com o intuito de transformar-se em uma universidade inovadora e empreendedora que atenda a readaptação criativa, visando a aprendizagem de fato do estudante com foco na experiência adquirida e na qualidade dos serviços prestados.
Projeto 2
Reposicionamento Estratégico das Soluções Educacionais – com a visão de atender às expectativas da sociedade quanto ao ensino e o papel de uma universidade inovadora e empreendedora, voltada aos desafios do mundo empresarial, capaz de desenvolver a trabalhabilidade dos alunos.
Projeto 3
Expansão de Receitas (B2C E B2B) e Reestruturação da Estratégia de Mercado – para construir uma estrutura de mercado capaz de suportar o crescimento da ATITUS, expandindo as receitas B2B e B2C, focada em soluções para as empresas e experiência do aluno, com uma marca que destaque as características inovadoras e empreendedoras da empresa.
Projeto 4

Estrutura Corporativa e Reorganização da Operação da ATITUS – com o foco de reorganizar a operação da ATITUS para garantir uma gestão ágil e experiência focada no cliente, com uma estrutura corporativa para atender todas as empresas do grupo econômico.

Projeto 5

Jornada do Aluno – onde a principal meta é estruturar a jornada do aluno com foco na experiência física e digital na utilização dos serviços ofertados pela MED.

Para o longo prazo a ATITUS está se organizando para se tornar uma S.A. de capital aberto e pretende ofertar as suas ações na bolsa de valores. Para isso, está se preparando e constituindo a plataforma mais relevante de aceleração de carreiras de pessoas físicas e transformação de empresas com soluções educacionais empreendedoras e inovadoras.

Referências

IPEA. Ipea revisa queda do PIB de 6% para 5% em 2020: Intensidade da recuperação depende da evolução da pandemia de Covid-19. 01 de outubro de 2020. Disponível em:
Clique aqui
Acesso em: 05 jul. 2021.

BRADESCO. Economia em dia: projeções a longo prazo. Disponível em:
Clique aqui
Acesso em: 05 jul. 2021.

PORTAL R7. A economia em 2021 e o agronegócio (Contábeis). 05 de março de 2021. Disponível em:
Clique aqui
Acesso em: 05 jul. 2021.

AGÊNCIA BRASIL. Estimativa para o PIB da construção cai de 4% para 2,5% em 2021: expectativa positiva do setor caiu com alta de preço da matéria-prima. (Economia). 29 de abril de 2021. Disponível em:
Clique aqui
Acesso em: 05 jul. 2021.